Dá para aprender 2 idiomas ao mesmo tempo?

Dá para aprender 2 idiomas ao mesmo tempo?

Bilinguismo atrasa o aprendizado de línguas?

Uma preocupação frequente é que o bilinguismo tornaria o aprendizado de línguas mais lento.

Porém, não é o que as pesquisas dizem. Estudos mostram que os padrões do aprendizado bilíngue são, na verdade, muito parecidos com os do aprendizado monolíngue. Por exemplo, bebês bilíngues começam a produzir seus primeiros sons e também suas primeiras palavras na mesma idade que os bebês monolíngues.

Em palestra ao TEDx Talks, a Dra. Naja complementa: “Também sabemos que se dermos crédito às crianças bilíngues por cada palavra que elas sabem nas suas duas línguas, seu vocabulário é igual ou maior que o das crianças monolíngues”.

No entanto, realmente há crianças que apresentam atraso e dificuldade na aquisição e desenvolvimento da linguagem, pois possuem uma condição clínica chamada Distúrbio Específico da Linguagem (Specific Language Impairment).

Trata-se de uma dificuldade linguística em crianças normais, que ouvem, são inteligentes e compreendem de forma clara e adequada, e isso ocorre independente de quantas línguas estão sendo aprendidas no seu dia a dia. Essa condição pode ser confundida pelos pais que a atribuem ao bilinguismo, porém, a criança já apresentaria essa dificuldade em um ambiente monolíngue.

Em suma, afirmar que o bilinguismo atrasa o aprendizado de línguas é errado. Essa informação é um mito.

 

Bebês conseguem aprender um 2o idioma?

Bebês conseguem aprender um 2o idioma?

Bilinguismo para bebês faz a diferença?

“Aprender uma língua estrangeira é difícil. O cérebro humano é capaz de alcançar a fluência nativa em duas línguas ao mesmo tempo, e não precisamos sofrer para chegar lá. Então, o que devemos fazer para criar mentes bilíngues? Acho que um começo promissor é estudarmos os cérebros de quem é muito bom em aprender línguas: Bebês!”

Dra. Naja Ferjan Ramirez

No estudo realizado pela Dra. Naja Ramirez, pesquisadora do Instituto de Aprendizado e Ciências do cérebro da Universidade de Washington – ILABS, foi descoberto que o cérebro dos bebês é especializado em processar os sons da(s) língua(s) que ele tem contato. Ou seja, bebês bilíngues são capazes de absorver tão bem dois idiomas quanto um bebê monolíngue processa um só.

“Como especialista em desenvolvimento linguístico infantil, frequentemente ouço pais ansiosos por oferecer a seus filhos a oportunidade de aprender outro idioma, mas eles não são falantes nativos daquela língua. Alguns acham que seu bebê pode aprender uma língua estrangeira assistindo televisão. Infelizmente, isso não ocorre. Bebês aprendem brincando por interações sociais com seres humanos ao vivo, usuários plenamente competentes e confortáveis da língua alvo.”

O córtex pré-frontal do cérebro é uma parte que direciona a nossa atenção para alternar entre diferentes tarefas e pensar com flexibilidade.

Os bebês bilíngues apresentaram uma atividade cerebral mais forte, especialmente nessa área, inclusive em resposta aos sons das línguas.

Ramirez afirma que o interessante são as mudanças visíveis que ocorrem nas partes do cérebro relacionadas ao raciocínio flexível, em bebês de 11 meses de idade, antes mesmo de eles falarem.

Uma das explicações, segundo a pesquisadora, é que alternar constantemente entre dois idiomas diferentes exercita o cérebro, e isso fortalece as redes cerebrais que participam da alternância de atenção, o que oferece aos bilíngues um aumento cognitivo.

Portanto, a primeira dúvida trata-se de uma verdade, o bilinguismo para bebês realmente faz a diferença para a vida toda.

 

Como Educar seus Filhos Com Limites e Amor

Como Educar seus Filhos Com Limites e Amor

Queridos pais e responsáveis:

Criar filhos pode ser uma jornada desafiadora e cheia de questionamentos. Será que você se identifica com esta mãe em algum ou vários pontos?

“Eu sou mãe de sete filhos e avó de dezoito. Muitos anos atrás, quando tinha apenas cinco filhos, incluindo dois adolescentes, eu era frustrada com problemas relacionados à criação, problemas que são enfrentados por tantos pais atualmente.

Eu não sabia como fazer meus filhos pararem de brigar uns com os outros, guardar seus brinquedos ou cumprir as tarefas que prometiam. Eu tinha problemas para colocá-los para dormir à noite e depois para fazê-los acordar de manhã. Eles não queriam entrar no banho e depois não queriam sair.

As manhãs eram terríveis, pois parecia impossível levá-los à escola sem lembretes e aborrecimentos constantes. Depois da escola, as batalhas para fazer a lição de casa e cumprir as tarefas continuavam. Minha “caixa de truques” incluía ameaçar, gritar e bater. Esses métodos faziam que meus filhos e eu nos sentíssemos muito mal e, além de disso, não funcionavam. Eu ameaçava, gritava e batia repetidamente por causa dos mesmos maus comportamentos.

Isso se tornou claro para mim no dia em que me ouvi repetindo “Eu já disse mais de cem vezes para guardar os brinquedos!” De repente me dei conta de quem era a verdadeira idiota; e não eram as crianças. Que ridículo ser necessário repetir cem vezes para eu perceber que minha abordagem não estava funcionando! E o quão frustrante era, pois eu não tinha ideia do que mais poderia fazer.”

Mas, esta história tem um final muito feliz! Esta mãe, escreve:

“Para intensifica meu dilema, eu estava no último ano da faculdade, concluindo uma graduação em desenvolvimento infantil. Eu lia vários livros maravilhosos que expunham as coisas incríveis que eu deveria estar realizando com meus filhos, mas nem um deles explicava como alcançar esses objetivos grandiosos.

Imagine o meu alívio quando no primeiro dia de aula, ouvi que não iríamos aprender novas teorias e, sim, que iríamos de fato investigar detalhadamente a abordagem Adleriana, incluindo habilidades de aplicação prática para ajudar as crianças a parar maus comportamentos e a ensinar-lhes autodisciplina, responsabilidade, cooperação e habilidades de resolução de problemas.

Para minha alegria, funcionou. Fui capaz de reduzir brigas entre as crianças em pelo menos 80%. Aprendi a eliminar os aborrecimentos matinais e noturnos e a conseguir muito mais cooperação no cumprimento das tarefas. A mudança mais importante foi descobrir que eu gostava de ser mãe – na maior parte do tempo.”

A partir de então essa mãe,  Jane Nelson, ficou tão entusiasmada em compartilhar essas ideias com outras pessoas e começou sua longa trajetória.

Hoje, temos os livros dessa renomada psicóloga e educadora, “Disciplina Positiva” publicados em vários países e aqui no Brasil também. Após 30 anos desde sua primeira edição, este bestseller continua sendo referência para milhares de pais e professores.

Se você se identificou, ao menos um pouquinho, com o que ela disse no prefácio de seu livro, conheça a Disciplina Positiva, que é baseada na filosofia de Alfred Adler e Rudolf Dreikurs e, quem sabe, possa vir a se identificar com ela nas seguintes frases também:

“Não tive o privilégio de estudar com esses grandes homens, mas gostaria de agradecer àqueles que me apresentaram à abordagem Adleriana. Mudou a minha vida e melhorou muito o meu relacionamento com as crianças em casa e na sala de aula.”

Boa leitura!

Fonte: Jane Nelsen, Disciplina Positiva
Edição brasileira 2015

Como funciona o cérebro?

Como funciona o cérebro?

Analisando as transformações *filogenéticas humanas, percebemos que o cérebro e sua estrutura e morfologia estão relacionados com as atividades que foram significativas para a transformação da nossa espécie ao longo dos milhares de anos. Na natureza, não há nada tão complexo quanto o funcionamento do cérebro humano. Usamos 100% de sua capacidade e temos muitas possibilidades de estruturação de funções ainda mais complexas que serão construídas mediante as necessidades socioculturais.

Como nosso cérebro evoluiu.

A princípio, o homem tinha uma caixa craniana pequena com mandíbulas grandes para alimentação crua. Depois da descoberta do fogo, passou a ter uma caixa craniana com encéfalo maior e a mandíbula menor, o que permitiu maior desenvolvimento da inteligência. Nessa fase, o homem liberou as mãos do movimento da marcha e começou a utilizar ferramentas de trabalho para transformar a natureza.

O córtex cerebral aumentou de volume e, com ele, a possibilidade de processamento de informações por meio do pensamento e da linguagem. A socialização se tornou uma necessidade, bem como o desenvolvimento de habilidades de convivência e organização sociais.

Atualmente a estrutura do cérebro se transforma menos, mas está totalmente aberta a estímulos.

Em milhares de anos de evolução filogenética, a estrutura cerebral foi alterada em função das necessidades ambientais e culturais. Hoje, sabemos que a morfologia de nosso cérebro pouco se transforma diante de tantas inovações tecnológicas, mas a sua estrutura de funcionamento está totalmente aberta aos estímulos que recebe do ambiente e que serão os responsáveis pela consolidação das redes neurais que conduzirão a aprendizagem.

Em outras palavras, cada um de nós tem um cérebro de acordo com a sua cultura e com os desafios cognitivos que nos são colocados. Dessa forma, afirmamos que um cérebro que sofreu alguma alteração tem todas as condições de se transformar por meio dos processos de **neuroplasticidade.

• Filogenia é a história genealógica de um grupo de organismos e uma representação hipotética das relações ancestral/descendente

• Neuroplasticidade, também conhecida como plasticidade neuronal, refere-se à capacidade do sistema nervoso de mudar, adaptar-se e moldar-se a nível estrutural e funcional ao longo do desenvolvimento neuronal e quando sujeito a novas experiências.

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